Falam os pássaros
Cantam os eucaliptos
Poemam as vacas
Assobiam as corujas
Na roça
A poesia se escreve assim
O medo das serpentes
O canto das vertentes
Que rasgam o solo
E fecunda o canto das flores
O canto dos homens
Das corujas
Ah o vento soprando as árvores
Chocalho de cascavel
Conversa das folhas altas
Zombando das nossas atitudes
As árvores no cair da tarde...
Parecem Deuses
Grandes Deuses
E eles riem em coro
São todos debochados.