terça-feira, 20 de agosto de 2013

NaturezAzevediana

Encomenda de doces na confeitaria
Faz bater gelado o coração da poesia
E na cozinha onde se mistura os versos
Queimo a boca com o doce expresso

Assim já não posso escrever...
Consumi meus vinte poucos anos
Como uma lenha que virou cinza

As minhas cores estão na sua natureza
No sol que há na dança das palavras
Na correnteza do rio que desce...
Como quem foge dos seus versos

Agora sou um regador de jardins
Um jardineiro serafim
Confeiteiro das gramas
Cuidador de azaleias
Amante fiel do sol

Não verso mais histórias
Cavalgadas no intervalo
Entre o tempo romântico
E o moderno

Sou o jardineiro do agora

Desenhista do tempo
Impressor da geografia de Milton Santos
Nos versos libertários que planto

E esta é a minha canção.