E se for verdade
Que este vermelho
Seja do morango dos meus versos
Num diálogo entre fruta e palavra
Que desaguam segredos e paixões
Desaprendi fazer café
Para passar no coador da esquina
Fervendo de vontade por esse morango
Provocante atrás da vitrine
Pobre de mim que saio de casa
Solitário e errante
Sem companhia para a vitamina
Que mistura as minhas ideias
Ponho a me afeiçoar pelas guloseimas
Da nossa vã padaria
Como o bom português que descendo
Porque só me resta o café
E este vermelho-morango
Que é a cor do meu presente.