As praças do interior
Eram leves como um poema
Verdes e floridas como o cinema
E cantavam seus retalhos
No costurar da vida
Todo o tapete da nossa saudade
A música foi ficando mais alta
E a grama dando lugar ao concreto
Os bancos onde faziam ninhos
Foram tomados por quadras
E desaparecendo os pássaros
Mas a praça ainda sobrevive
No silêncio das manhãs
E na solidão da madrugada
Onde o poste reluz
O baú da poesia
Enterrado feito um osso
Duro de encontrar.