segunda-feira, 14 de setembro de 2015

PEDREIRO E POETA

Com o concreto tenho feito meus versos
Sob a abstração das ideias e dos pensamentos que voam
Acorrentando imagens e eternizando ventos
Rebocando o suor e suando cimento

Deixei um pouco as palavras na gaveta do peito
Tirando delas as paredes rabiscadas
E arquitetura e verso se somam e se contraem
Numa dança simétrica que rasga a paisagem
Fazendo brotar flores, cercas e o pouso da escrita
Dando forma ao verso tocável
Que guarda a poesia num relicário de serra.