quarta-feira, 30 de abril de 2008

Doces

A sala da minha casa era de mármore e fria. O quintal do nosso vizinho era de chão batido furado por três bulicas para bola de crica cair e eu sempre perdia. Já o nosso jardim era de grama japonesa e rosas que meu avô plantava. Tinha um pé de limão que era filho de uma muda que ele trouxe da Itália onde lutou contra o exército fascista de Mussolini.
A nossa casa também tinha um viveiro de pássaros que voavam 10 metros pelo jardim extenso. Tínhamos Rolinhas, periquitos, garnisés, codornas e a Danka uma pastora-belga que era doce feito uma jabuticaba.
Eu lavava o canil, recolhia as folhas do jardim que eram queimadas em frente a casa nos fins de tarde. Fazia o angu com fubá vaqueiro e muxiba pra alimentar a Danka, trocava a água da bicharada e buscava o leite na casa do Augustinho.
Depois montava minha bicicleta e pedalava para a Avenida Rosa, onde tia Etienne servia os melhores doces.