Serração
fechada e o sol custa a sair da cama
Os desafios
do dia são de céu limpo
Não tenho
amor para os versos
Nem
companhia para o vinho
Meus amigos
mudaram
A poesia
fez uma lagoa
A cidade
serrou as portas
E não há botecos
subversivos
Toda a
paisagem esta sem graça
Bares se
tornaram anacrônicos
Os garçons
perderam a personalidade
São todos
agradáveis e robóticos
Os carros são
praticamente iguais
Como os
cabelos esticados em formol
Seios
recheados de sílica
E roupas de
borracha
Pessoas são
quase pedra
Não leem
poemas
E a música
é prapular
Para os que
choram, remédio
Farmácia já
há mais que boteco
Os que não
tem médico, crack
E os que
tem coragem, se foram.