Ouço os gritos entorpecidos das multidões
Como um telefone em dia de desentendimento
E vejo as purpurinas
E as meninas
Que nascem bailarinas
Cruzando seus passos
E sinto o toque dos mendigos
Dos bêbados e descamisados
Que não estão nem aí pra coisa alguma
E sei a razão dos comunistas
A grega
Romana
E de toda a lógica entre nós
Sei a cor dos sabores
De cor a combinação das cores
Sua antítese
Seus resumos
Sei como o álcool nos destila
A pasteurização do queijo
E fundir de todos os cafés de Minas
Sei dos livros
De Platão e suas sombras
De Darwin a Carlos
De Sigmund a Oswald
De João Sertão
Aos rios
Sei da república
Dos contos
Dos fatos
Dos cânticos
Sei dos ventos
Dos colapsos
Das dores e dos amores
Sei dos ninhos
Das moradas
De todas vidas enamoradas
Mas não sei
Onde me puseram o sexto sentido
(NATURAL).