sexta-feira, 17 de maio de 2013

Café Amargo


Quero pra mim o gosto do café
Que se fez a fumaça do meu cigarro
A manhã na bancada
Meu cachorro fujão
O jardim que virou cimento
                                     
Quero minha barriga
Um pedaço do armário
Minha taça dependurada

Quero meu desenho
Meus versos gregos
Todos os meus tijolos
Todo o suor que pinguei

Devolve intacto meu coração
Quero a vida que me roubaram
Porque acham que não sou fácil.