Passo os dias entre jardins e tijolos
Misturando cimento ou terra
E aguando sonhos
Na vizinhança não há jardim
Apenas pedra e metal pesado
É isso contra meus versos
Passo dias longe
Com a poesia desenhando caminhos
Antes nunca percorridos
Minhas mãos sabem o ponto das coisas
E a poesia tem dessas preparações
Da hora certa do fermento encorpar o verso
Sou o forno do fogão a lenha
Que abraça com seu calor
Para fazer da letra, o doce biscoito.