sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Fogão a Lenha


Passo os dias entre jardins e tijolos
Misturando cimento ou terra
E aguando sonhos

Na vizinhança não há jardim
Apenas pedra e metal pesado

É isso contra meus versos

Passo dias longe
Com a poesia desenhando caminhos
Antes nunca percorridos

Minhas mãos sabem o ponto das coisas
E a poesia tem dessas preparações
Da hora certa do fermento encorpar o verso

Sou o forno do fogão a lenha
Que abraça com seu calor
Para fazer da letra, o doce biscoito.