E como se me a mão deslizasse na argila
Vou esculpindo e moldurando o objeto
Até formar o gargalo da moringa
E como se meus dedos traçassem os riscos
Vou perfazendo os pequenos detalhes
Até constituir uma tela colorida e dependurada
E como se meu corpo fosse uma estátua viva
Vou contorcendo cinza e abrilhantado
Até o desavergonhar desdentado do sorriso
E como se minha alma dissipasse metáforas
Vou distorcer o sentido das palavras
Até imprimir em tua alma o delírio da minha arte.