Corre pelos meus braços obreiros
uma vontade súbita de um abraço forte
nosso vinho de garrafão
a pururuca de uma arroba com a maçã à boca
rabanada dormida em cama doce
e a mesa colorida dos frutos da primavera
A gente se olhava
Se admirava
Mas num dia 15 de dezembro
Depositou seu espírito em mim e se encantou
E me restou seguir a vida
Que na verdade é a dele
Porque somos um só
Ele vive dentro de mim
Seu espírito é o meu
Seus amigos
Seu carnaval
E eu virei pai de mim mesmo.