Se a poesia não fosse massa
O que seria do macarrão?
Se a poesia não for concreto
O que será do verso então...
Não concretamente sonora
Com suas pausas e joguetes
Mas com suas viradas do barro
Que sobe os tijolos do coração
Faço poema como faço casas
E abro a pizza como abro a estrada
Coloco a janela do sem fim
Serafim rasgando a terra
Dobrando o caminho
Que corta o amor
E faço o fogão cuspir fumaça
Porque ela faz a centelha
Da festa do chão.